Tente imaginar o Brasil sem a Lava Jato.

Para isso, faça de conta que a força-tarefa não recuperou mais de 24 bilhões de reais desviados dos cofres públicos por um magaesquema de corrupção.
Feche os olhos também para o fato de que esse dinheiro só foi recuperado após 219 pessoas e 13 empresas terem confessado que cometeram crimes.
Ignore ainda as mais de duas centenas de pessoas investigadas que foram parar no banco dos réus.
Deixe para lá o fato de que as penas das dezenas e dezenas de condenados somam 3.096 anos de prisão.
E o mais importante: apague de sua memória a informação de que, pela primeira vez na história do país, peixes graúdos foram encarcerados pelos seus crimes, após processos legais com amplo direito de defesa.
Não deixe de “deletar” a lista de condenados e presos pela Lava Jato, que inclui um ex-presidente, o maior empreiteiro do país etc.
Você conseguiu imaginar o que seria o Brasil sem a Lava Jato?
Certamente pior.
Mas é justamente isso que a maior ofensiva já vista contra a Lava Jato quer: que façamos de conta que a operação anticorrupção não existiu.
É para esse Brasil que a maior ofensiva já vista contra a Lava Jato quer que retornemos…
…o Brasil da impunidade, o Brasil em que os poderosos não podem ser alcançados pela lei
…o Brasil em que você vale menos do que eles.
A artilharia contra a Lava Jato tem sido pesada. Pesadíssima.
Veja o episódio do roubo e vazamento de mensagens atribuídas a Sergio Moro e a procuradores da Lava Jato, por exemplo:
Desde que as mensagens roubadas foram vazados, tenta-se desmoralizar Moro e a Lava Jato — e, é claro, colocar Lula e companhia em liberdade.
Descobriu-se, porém, que as mensagens divulgadas pelo site The Intercept, de Glenn Greenwald, haviam sido editadas.
Ou seja, além de o Intercept não poder garantir que as mensagens são autênticas, ficou claro que elas foram manipuladas antes da publicação.
Quem pode garantir que as mensagens roubadas são autênticas? O hacker garante?
Isso ficou claro nos episódios em que o site atribuiu a autoria de certas mensagens a um procurador e, logo depois, disse que elas, na verdade, pertenciam a outro:

Fonte: O Antagonista
E também na mensagem datada de 28 de outubro de 2019 (!) — ou seja, uma mensagem vinda do futuro!

As mensagens de áudio publicadas pelo Intercept tampouco são confiáveis — além de não provarem conduta irregular dos envolvidos.
Veja o que um especialista disse:

Fonte: O Antagonista
O perito explicou por que é impossível garantir que trata-se de áudio original: “Você consegue fazer emendas, pegar trechos de uma gravação e colocar o que você quiser.”
Mas as mensagens roubadas, vazadas e editadas não são a única frente de ataques à Lava Jato.
A outra acontece nos bastidores dos tribunais.
Confira:

Fonte: O Antagonista
Em meio a tantos ataques, cabem algumas perguntas:
- a quem interessa o fim da Lava Jato?
- é possível resistir a tantos ataques?